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Livros sensíveis para falar de emigração e refúgio com as crianças
27/11/2020
Esse sem dúvida não é um tema fácil: a emigração e o refúgio. Para se ter uma ideia, a Organização das Nações Unidas (ONU) já considera que essa seja a crise mais intensa do século.
Em 2016, o volume total de pessoas na condição de refúgio passou dos 65 milhões, praticamente um quarto da população brasileira.
Mesmo que a gente não queira que as crianças entrem em contato com uma realidade tão difícil de saber, sentir, explicar, elas estão cada vez mais conectadas, com cada vez mais acesso à informação.
As diferenças são aleatórias, circunstanciais, mas acabam definindo muitas vidas. Quem você seria se tivesse nascido em outro lugar? Imagem: Poderia, de Joana Raspall (texto) e Ignasi Blanch (ilustrações)
Por isso, vez ou outra, essas questões surgem. Nesses momentos, o melhor é não mentir e tentar ouvir primeiro as hipóteses das crianças sobre as angústias que trazem.
Assim, conseguimos:
- Facilitar que elas se expressem e
- Evitar dizer coisas além do que elas podem / querem compreender.
Legal lembrar que as crianças se interessam pelo mundo à volta. E que compreender as injustiças pode ser um caminho bacana para estimular a sensibilidade e a empatia.
Obras sensíveis
Como esses temas estão situados muito mais na chave do sentimento, da empatia, que da razão — qual lógica explicaria essas desigualdades, não é? –, a arte pode ser um poderoso espaço de comunicação.
Por isso, trouxemos 3 livros que tocam nesse tema.
1) Poderia
Autora: Joana Raspall
Ilustradora: Ignasi Blanch
Tradutor: Alexandre Boide
Temas: Empatia / Identidade / Solidariedade / Compaixão / Imigração / Preconceito
Faixa Etária: A partir de 3 anos (leitura compartilhada) ou 7 anos (leitura independente)
“Você teria sido criado de outra maneira, talvez melhor, talvez pior. (…) Você poderia ler contos e poemas, ou não ter livros nem conhecer as letras”. Como seria sentir o que o outro sente? Como seria viver o que outro vive? Numa sequência de versos intensos e singelos, a obra nos transporta para mundos distantes e para outros muito próximos, nos faz pensar sobre nós mesmos e a nossa relação com o outro.
A cada virada de página, as palavras ganham força, e as cores vivas das ilustrações irradiam empatia e afeto. Dos pequenos aos mais velhos, com extrema leveza, o livro sensibiliza e encanta.
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2) Mustafá
Autora / Ilustradora: Marie-Louise Gay
Tradutora: Gilda de Aquino
Temas: Solidariedade / Amizade / Empatia / Resiliência / Relacionamento Familiar / Imigração / Refugiados
Faixa Etária: A partir de 3 anos (leitura compartilhada) / A partir de 7 anos (leitura independente)
Mustafá conta a história de um garoto que teve de sair de seu país com a família e aos poucos descobre seu novo lar. A Lua, as estações, as flores, os insetos e a música desse lugar ora lhe lembram a sua antiga terra, ora o encantam pelo que têm de diferente do que ele já conhece.
Mesmo com esse mundo novo a descobrir, Mustafá sente-se invisível ali onde as pessoas falam uma língua que ele não entende. Mas, um dia, uma menina, com um gesto simples, irá mostrar a ele que a amizade, a gentileza e o afeto superam as fronteiras entre línguas e lugares.
O desafio de deixar a vida para trás e emigrar para um outro país aqui ganha a delicadeza e a irreverência das tintas da autora canadense premiada. Imagem: Mustafá, de Marie-Louise Gay
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3) Eu sou uma noz
Autora:Beatriz Osés
Ilustrador: Jordi Sempere
Temas: imigração / refugiados / solidariedade /
convivência social / identidade / astúcia
Faixa Etária: A partir de 8 anos
Eu sou Omar e sou uma noz! Omar “cai” no quintal de uma advogada, vindo de um lugar longínquo, num barco-noz que naufragou. Sua tarefa: sobreviver e convencer um juiz de que, por ser uma noz, precisa ficar com Marinetti, uma advogada solitária e briguenta que deseja cuidar dele.
Quando a realidade é absurda, um menino ser uma noz faz todo sentido. O discurso do narrador, os depoimentos de Omar e da vizinhança onde ele “caiu” nos conduzem, com suas múltiplas vozes, nesse conto de renascimento e imaginação. Sobrevivendo, Omar trouxe vida a uma comunidade e revelou, não apenas suas origens, mas também a de todos nós: quem nunca teve asas de borboleta, voou feito passarinho ou se sentiu um pêssego ou, quem sabe, nasceu castanha sem saber?
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E você? Já conversou com as crianças sobre esses temas? Como foi? Conta para a gente!
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